FUVEST 2025 - 1ª Fase - V1

A circulação global de artefatos produzidos pelos povos originários do território brasileiro é debatida pelo líder yanomami Davi Kopenawa, pelo antropólogo francês Albert Bruce e pela artista e educadora Glicéria Tupinambá.

Em suas produções acadêmicas e artísticas, questiona-se a forma como a colonização europeia sobre a América teve como um de seus resultados a apropriação indevida de artefatos indígenas e sua incorporação em instituições museológicas europeias.

Também é problematizado o fato de que tais objetos não deveriam ser interpretados meramente como obra de arte (ou seja, confinados a apreciações subjetivas que ocorram posteriormente a uma contemplação estética). No caso do manto, trata-se de um artefato cultural originalmente destinado a rituais celebrativos da ancestralidade e religiosidade indígenas.

Dessa forma, expressões artísticas que valorizem culturas indígenas (como é o caso de Glicéria Tupinambá) podem ser interpretadas, simultaneamente, como a afirmação da importância dessas culturas e como uma forma de resistência ao histórico silenciamento imposto sobre elas.