No dia 01 de janeiro de 1849 foi divulgado na imprensa pernambucana o “Manifesto ao Mundo”, escrito por Borges da Fonseca, que apresentava as seguintes reivindicações:
Protestamos só largar as armas, quando virmos instalada uma Assembleia Constituinte. Esta Assembleia deve realizar os seguintes princípios: 1. O voto livre e universal do Povo Brasileiro; 2. A plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa; 3. O trabalho como garantia de vida para o cidadão Brasileiro; 4. O comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros; 5. A inteira e efetiva independência dos poderes constituídos; 6. A extinção do poder moderador e do direito de agraciar; 7. O elemento federal na nova organização; 8. Completa reforma do poder judicial, em ordem a segurar as garantias dos direitos individuais dos Cidadãos; 9. Extinção da lei do juro convencional; 10. Extinção do atual sistema de recrutamento.
Vamireh Chacon (sel. e intro.). Nunes Machado. Perfis parlamentares. Brasília: Câmara dos Deputados, 1978, p.22.
a) Como ficou conhecido esse movimento na história imperial brasileira?
b) Explique o teor de duas das reivindicações indicadas no Manifesto.
c) Indique dois elementos comuns entre o evento pernambucano e as revoluções europeias de 1848.
a) Trata-se da Revolução Praieira.
b) Dentre as reivindicações, poderiam ser destacadas aquelas de teor liberal, como o voto livre e universal, a liberdade de imprensa e a garantia de direitos individuais, e de teor nacionalista, como a defesa do trabalho para o “Povo Brasileiro” e o “comércio a retalho” (equivalente ao comércio de varejo) “só para os cidadãos brasileiros”.
c) Em 1848, a Europa foi palco de uma série de movimentos de cunho liberal e republicano. As ideias revolucionárias também se refletiram em outras regiões, como foi o caso da província de Pernambuco, que passava por dificuldades econômicas e tensões políticas (opondo os interesses de liberais e de conservadores). Dentre os elementos que poderiam ter sido mencionados, estão a defesa do federalismo como forma de organização do Estado, a democratização do voto e reivindicações feitas através da luta armada.