O retorno dos Talibãs ao poder no Afeganistão após anos de intervenção estadunidense trouxe à tona discussões geopolíticas sobre as dinâmicas demográficas do país, bem como sobre os interesses de diversos países na região. O mapa a seguir indica características acerca da geografia do Afeganistão.
Sobre esse assunto,
a) cite um país que, assim como os EUA, encontrou dificuldades no processo de invasão do território afegão.
b) indique duas causas para o fracasso da invasão estadunidense no Afeganistão.
c) indique dois países e explique seus respectivos interesses geopolíticos na região.
a) Um outro país que, assim como os EUA, encontrou dificuldades em dominar o território afegão foi a URSS.
Entre 1979 e 1989, tropas soviéticas permaneceram no Afeganistão visando, sobretudo, a transformar o país em um aliado político dentro do contexto da Guerra Fria. Durante esse período, soldados soviéticos lutaram contra forças rebeldes afegãs conhecidas como mujahidin. No final da década de 1980, o governo soviético ordenou a retirada de suas tropas.
Vale ressaltar que, ao longo do século XIX e início do século XX, a Inglaterra, buscando ampliar seu controle imperialista na Ásia Central, procurou controlar o território afegão, também encontrando profundas dificuldades nesse processo de invasão.
b) Dentre as principais causas para o fracasso da invasão estadunidense no Afeganistão, destacam-se aspectos sociais e geográficos do país. O Afeganistão possui grande diversidade étnica, fato que catalisa divergências políticas e conflitos, causando constantes instabilidades difíceis de serem contornadas. Outro aspecto vincula-se a sua geografia, marcada pela grande presença de áreas montanhosas de difícil acesso, sendo usadas pelos grupos rebeldes no combate às tropas invasoras.
c) Dentre os países que demonstram grande interesse geopolítico no Afeganistão, destacam-se a China e a Rússia.
O território afegão tem uma localização estratégica, sendo um “corredor de passagem” na Ásia centro-meridional, fazendo fronteira com Irã, China e Paquistão, entre outros. Seu subsolo é rico em cobre, lítio, nióbio e outros minerais chamados de “terras raras”, amplamente usados na fabricação de componentes eletrônicos de última geração. A China, que encabeça um projeto de ampliação dos corredores comerciais denominado como “Nova Rota da Seda”, tem interesse em investir no Afeganistão, sendo um dos primeiros países a dialogar com o Taleban quando este assumiu o poder local. Um outro temor da China é o fortalecimento do Taleban desencadear ações da minoria étnica uigur, islâmicos separatistas que habitam a área fronteiriça entre China e Afeganistão.
Moscou afirma que seus atuais interesses no Afeganistão visam a garantir a segurança nas fronteiras de seus aliados da Ásia Central, como Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, antigas repúblicas soviéticas que sofrem grande influência política russa.