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Para responder a questão, leia o soneto de Luís de Camões.

Enquanto quis Fortunaque tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento2
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor3que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento4,
Escureceu-me o engenho5 com tormento,
Para que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades, quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são, e não defeitos6,
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.

(Luís de Camões. 20 sonetos, 2018.)

1Fortuna: entidade mítica que presidia a sorte dos homens.
2suave pensamento: sentimento amoroso.
3Amor: entidade mítica que personifica o amor.
4juízo isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram.
5engenho: talento poético, inspiração.
6defeitos: inverdades, fantasia.



No soneto, o eu lírico dirige-se, mediante vocativo, 

  • a

    àqueles que não entendem seus versos. 

  • b

    a Amor. 

  • c

    àqueles que nunca se apaixonaram. 

  • d

    aos amantes. 

  • e

    a Fortuna.

O eu lírico dirige-se aos amantes por meio do vocativo “Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos / A diversas vontades, ...”. Aqueles que se sujeitam às vontades do Amor são, necessariamente, amantes.