Durante os anos de 1854-55, o governo brasileiro — por meio de sua representação diplomática em Londres — e os livre-cambistas ingleses — nas colunas do Daily News e na Câmara dos Comuns — aumentaram a pressão pela revogação da Lei Aberdeen. O governo britânico, entretanto, ainda receava que, sem um tratado anglo-brasileiro satisfatório para substituí-la, não haveria nada que impedisse os brasileiros de um dia voltarem aos seus velhos hábitos.
BETHELL, L. A abolição do comércio brasileiro de escravos.
Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
As tensões diplomáticas expressas no texto indicam o interesse britânico em
A Bill Aberdeen foi uma lei britânica de 1845 que autorizava a marinha inglesa a apreender e até mesmo atacar embarcações brasileiras no Oceano Atlântico que, a partir daquela data, mantivessem a prática do tráfico internacional de africanos escravizados.
Essa medida está inserida nas pressões britânicas contra esse comércio, as quais datavam desde início do século XIX. Tal pressão foi determinante para a efetiva proibição do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queirós).