A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

  • a

    sustentar a unidade essencial do conhecimento.

  • b

    refutar o elemento fundamental das crenças.

  • c

    impulsionar o pensamento especulativo.

  • d

    recepcionar o método experimental.

  • e

    incentivar a suspensão dos juízos.

A metáfora da filosofia como árvore, que retoma uma antiga tradição grega, permite a Descartes enfatizar o seu projeto de construção de uma ciência única. A unidade vai da fundamentação do conhecimento na metafísica (as raízes) até os seus resultados, nas ciências (os ramos do conhecimento).