O torém dependia de organização familiar, sendo brincado por pessoas com vínculos de parentesco e afinidade que viviam no local. Era visto como uma brincadeira, um entretenimento feito para os próprios participantes e seus conhecidos. O tempo do caju era o pretexto para sua realização, sendo chamadas várias pessoas da região a fim de tomar mocororó, bebida fermentada do caju.
VALLE, C. G. O. Torém/Toré: tradições e invenção no quadro de multiplicidade
étnica do Ceará contemporâneo. In: GRÜNEWALD, R. A. (Org.). Toré: regime
encantados dos índios do Nordeste. Recife: Fundaj-Massangana, 2005.
O ritual mencionado no texto atribui à manifestação cultural de grupos indígenas do Nordeste brasileiro a função de
O exemplo ritualístico citado insere-se num amplo conjunto de manifestações tradicionais de diversos grupos indígenas que, pelo Brasil afora, se valem de práticas ligadas à sobrevivência material para fortalecer os laços de alianças e familiaridades entre setores da população. A coesão é elemento fundamental para a manutenção das culturas desses povos e seus aliados.