A crise dos refugiados imortalizada para sempre no fundo do mar

A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista britânico Jason de Caires Taylor, é uma das instalações criadas por ele para compor o acervo do primeiro museu submarino da Europa, o Museu Atlântico, localizado em Lanzarote, uma das ilhas do arquipélago das Canárias.

Lampedusa é o nome da ilha italiana onde a grande maioria dos refugiados que saem da África ou de países como Síria, Líbano e Iraque tenta chegar para conseguir asilo no continente europeu.

As esculturas do Museu Atlântico ficam a 14 metros de profundidade nas águas cristalinas de Lanzarote.

Na balsa, estão dez pessoas. Todas têm no rosto a expressão do abandono. Entre elas, há algumas crianças. Uma delas, uma menina debruçada sobre a beira do bote, olha sem esperança o horizonte. A imagem é tão forte que dispensa qualquer palavra. Exatamente o papel da arte.

Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).

Além de apresentar ao público a obra A balsa de Lampedusa, essa reportagem cumpre, paralelamente, a função de chamar a atenção para

  • a

    a ilha de Lanzarote, localizada no arquipélago das Canárias, com vocação para o turismo.

  • b

    as muitas vidas perdidas nas travessias marítimas em embarcações precárias ao longo dos séculos.

  • c

    a inovação relativa à construção de um museu no fundo do mar, que só pode ser visitado por mergulhadores.

  • d

    a construção do museu submarino como um memorial para as centenas de imigrantes mortos nas travessias pelo mar.

  • e

    a arte como perpetuadora de episódios marcantes da humanidade que têm de ser relembrados para que não tornem a acontecer.

Embora todas as alternativas apresentem imprecisões e a necessidade de “saltos interpretativos” em relação ao que se apresenta no texto, optamos pela alternativa E. 

O enunciado sugere que a reportagem cumpre uma função paralela de chamar a atenção para algo, além de apresentar a obra A balsa de Lampedusa

A letra A não se sustenta pela ideia de “vocação para o turismo”, algo que não se sustenta como função da reportagem. 

Já a letra B é indevida pelo fato de o texto não chamar a atenção para “muitas vidas perdidas”, ou “embarcações precárias” e, além disso, não se afirma que essas travessias se deram “ao longo dos séculos”.

A letra C é imprecisa, porque não se pode afirmar, no texto, que o museu só pode ser visitado por mergulhadores. 

A letra D não se sustenta pela ideia de “centenas de imigrantes mortos”, que também é uma ideia não contida no texto. 

Acabamos por optar pela letra E, com ressalvas, pelo fato de a informação sobre o caráter impactante da arte ser, de fato, algo para que se chama a atenção paralelamente, no fim do texto, além do propósito principal da reportagem, que é apresentar a obra A balsa da Lampedusa.