— É nesse ponto que eu estabeleço a distinção: para um lado os que ainda agora referiste — amadores de espetáculos, amigos das artes e homens de ação — e para outro aqueles de quem estamos a tratar, os únicos que com razão podem chamar-se filósofos.

— Que queres dizer?

— Os amadores de audições e de espetáculos encantam-se com as belas vozes, cores e formas e todas as obras feitas com tais elementos, embora o seu espírito seja incapaz  de discernir e de amar a natureza do belo em si.

(Platão. A República, 2017. Adaptado.)

No excerto, Platão direciona aos artistas uma crítica que é fundamentada

  • a

    na associação das artes com o conhecimento mitológico.

  • b

    na impossibilidade de representação justa das ideias.

  • c

    na necessidade de as artes terem um conteúdo verossímil.

  • d

    no grande alcance popular atingido pelas peças artísticas.

  • e

    no fato de os espetáculos serem parâmetros pedagógicos.

O trecho do diálogo “A República”, de Platão, estabelece uma distinção entre amantes das artes e filósofos. Para ele, os primeiros não são capazes de discernir a ideia do belo em si. Sendo assim, a sua crítica às artes envolve justamente a concepção de que há nelas uma impossibilidade de uma representação justa das ideias ou das essências em si das coisas. Amam as coisas belas, mas desconhecem a beleza em si.