Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: É o assassínio, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O que é a propriedade? não posso responder simplesmente: É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primeira, transformada?

(Pierre Joseph Proudhon. O que é a propriedade?, 1975.)

O texto, escrito em 1840, expressa uma posição

  • a

    anarquista, de crítica ao direito de propriedade e de defesa do valor supremo da liberdade.

  • b

    comunista, de crítica à burguesia e de defesa da revolução social como forma de construir um Estado proletário.

  • c

    liberal, de defesa do direito de propriedade e de crítica às desigualdades sociais.

  • d

    positivista, de crítica à falta de ordem social e de defesa de ações voltadas ao progresso.

  • e

    marxista, de defesa da eliminação da propriedade privada e de crítica ao regime de trabalho assalariado.

O texto de Proudhon destaca que a existência da propriedade seria um roubo, por estar relacionada, em sua visão, à usurpação daquilo que pertenceria ao coletivo em nome de interesses individuais. A existência da propriedade também seria uma forma de privar a humanidade de suas liberdades, do mesmo modo que a escravidão representaria um cerceamento do livre pensar. Essas concepções estão na origem do pensamento anarquista no século XIX, que almejava o fim da propriedade privada e do Estado como forma de garantir o desenvolvimento do coletivismo.