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Para responder a questão, leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.

AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...

(Martins Pena. Comédias (1844-1845), 2007.)



“O como não importa; no bom resultado está o mérito...”

O teor dessa fala aproxima-se do conteúdo da seguinte citação: 

  • a

    “Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência.” (Friedrich Schiller, escritor alemão, 1759- 1805.) 

  • b

    “A virtude está toda no esforço.” (Anatole France, escritor francês, 1844-1924.) 

  • c

    “Cuide dos meios; o fim cuidará de si mesmo.” (Mahatma Gandhi, líder político indiano, 1869-1948.) 

  • d

    “O homem é o lobo do homem.” (Plauto, dramaturgo romano, 254 a.C.-184 a.C.) 

  • e

    “Os fins justificam os meios.” (Ovídio, poeta romano, 43 a.C.-17 d.C.)

A fala de Ambrósio é dividida em duas orações coordenadas. Na primeira, o pronome substantivado “como” adquire o sentido de “a maneira pela qual se consegue algo”. A segunda afirma que o mérito está nos resultados, ou seja, naquilo que se consegue ao final de determinado esforço. Dessa forma, a citação que se coaduna com a afirmação do personagem é “Os fins justificam os meios”.