Leia o poema “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder a questão.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Corpo, 2015.)
Os três pronomes “a” do poema referem-se, respectivamente, a
Os pronomes do poema têm função anafórica, ou seja, retomam termos anteriormente apresentados no texto. O primeiro “a” retoma o substantivo “falta” do verso “E lastimava, ignorante a falta”; o segundo retoma o substantivo “ausência” do verso “A ausência é um estar em mim”; e o terceiro retoma o substantivo “ausência” do verso “porque a ausência, essa ausência assimilada”.