O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista, antinaturalista e anticientificista. Com esse movimento, nota-se o despontar de uma poesia nova, que ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto da forma e do descritivo.

(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.)

Considerando esta breve caracterização, assinale a alternativa em que se verifica o trecho de um poema simbolista.

  • a

    “É um velho paredão, todo gretado,
    Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
    Deixou num cacto em flor ensanguentado
    E num pouco de musgo em cada fenda.”

  • b

    “Erguido em negro mármor luzidio,
    Portas fechadas, num mistério enorme,
    Numa terra de reis, mudo e sombrio,
    Sono de lendas um palácio dorme.”

  • c

    “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
    Casualmente, uma vez, de um perfumado
    Contador sobre o mármor luzidio,
    Entre um leque e o começo de um bordado.”

  • d

    “Sobre um trono de mármore sombrio,
    Num templo escuro e ermo e abandonado,
    Triste como o silêncio e inda mais frio,
    Um ídolo de gesso está sentado.”

  • e

    “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
    De luares, de neves, de neblinas!...
    Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
    Incensos dos turíbulos das aras...”

Os versos da alternativa E evidenciam o “culto do vago” de que fala o enunciado e que é um dos traços mais fortes da estética simbolista. As “Formas” sugeridas pelo poeta são abstrações associadas a “luares”, “neves”, “neblinas” e “incensos”.