Na Belle Époque brasileira, que difusamente coincidiu com a transição para o regime republicano, surgiram aquelas perguntas cruciais, envoltas no oxigênio mental da época, muitas das quais, contudo, nos incomodam até hoje: como construir uma nação se não tínhamos uma população definida ou um tipo definido? Frente àquele amálgama de passado e futuro, alimentado e realimentado pela República, quem era o brasileiro? (...)

Inúmeras tentativas de respostas a todas estas questões mobilizaram os intelectuais brasileiros durante várias décadas.

Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Entre as tentativas de responder, durante a Belle Époque brasileira, às dúvidas mencionadas no texto, é correto incluir

  • a

    as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na formação do caráter nacional brasileiro.

  • b

    os projetos de valorização dos vínculos entre o caráter nacional brasileiro e os produtos da indústria cultural norte americana.

  • c

    o reconhecimento e a celebração da origem africana da maioria dos brasileiros e a rejeição das tradições europeias.

  • d

    a percepção de que o país estava plenamente inserido na modernidade e havia assumido a condição de potência mundial.

  • e

    o desejo de retornar ao período anterior à chegada dos europeus e de recuperar padrões culturais e cotidianos indígenas.

Durante a "Belle Époque" brasileira (1870/1914), a imensa maioria das elites (política, econômica, intelectual e artística) estava mergulhada na atmosfera mental do período, impregnada pelo pensamento positivista e evolucionista. Por isso acreditava na superioridade da civilização europeia e na inferioridade inata dos negros. Ademais, apresentava os mestiços como uma "raça" degenerada, praticamente uma subespécie. 
Somente a partir da década de 1930, o Estado brasileiro e pensadores progressistas passaram a contestar essa visão racialista negativa de nossa sociedade.