Leia o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa.

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. 

(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso03.html.)

No poema, a apóstrofe, uma figura de linguagem, indica que o enunciador 

  • a

    convoca o mar a refletir sobre a história das navegações portuguesas. 

  • b

    apresenta o mar como responsável pelo sofrimento do povo português. 

  • c

    revela ao mar sua crítica às ações portuguesas no período das navegações. 

  • d

    projeta no mar sua tristeza com as consequências das conquistas de Portugal.​

A expressão “Ó mar salgado” funciona como um vocativo grandioso, o que caracteriza a apóstrofe. Com isso, o enunciador se dirige ao próprio mar, convocando-o a refletir sobre o tema abordado.