Desde a queda do império comunista na Europa, nos anos 1989-1991, assiste-se a uma nova forma de messianismo político que consiste em impor o regime democrático e os direitos humanos pela força.

(Adaptado de Tzvetan Todorov, Os inimigos íntimos da democracia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 55.)

O quadro descrito pelo texto pode ser analisado 

  • a

    como herança das lutas anticoloniais exemplificada na organização em torno do Estado multiétnico, como ocorreu na África do Sul. 

  • b

    como parte da nova ordem mundial sob a liderança dos EUA e seu poder bélico em regiões como a Síria e o Afeganistão. 

  • c

    como o estabelecimento de um princípio que desestabiliza as lógicas internas de organização, como ocorreu no Iraque e na ex-Iugoslávia. 

  • d

    como herança da Guerra Fria e como utilização da lógica militar que inviabiliza a adoção da democracia em regiões como a Ucrânia.

Após o final da Guerra Fria, a posição hegemônica dos Estados Unidos fundou uma nova ordem mundial, que teve como uma de suas características a adoção, por esse país, de uma política intervencionista justificada como forma de disseminar a prática democrática ou a defesa dos direitos humanos. Essa política norte-americana resultou em intervenções – diretas ou indiretas – em países como Iraque, Afeganistão e Síria.
Deve-se observar que a intervenção (junto com outras forças da Otan) na ex-Iugoslávia não provocou a desestabilização do país, que já se encontrava em meio a um processo de desintegração.