A hemocromatose juvenil é uma doença rara que pode ser causada por uma mutação no gene HJV, a qual resulta em proteína hemojuvelina com função comprometida. Nessa condição, o indivíduo acumula muito ferro proveniente da alimentação em seu organismo, o que pode levar à falência de órgãos como o fígado, pâncreas e coração. Diversas mutações já foram associadas a esta forma de hemocromatose juvenil, dentre elas a substituição do aminoácido glicina na posição 320 pelos aminoácidos valina ou alanina (G320V ou G320A) e a formação de códon de parada prematuro. O heredograma a seguir representa uma família na qual há uma pessoa afetada.
a) Cite uma complicação para a saúde humana decorrente da insuficiência de atividade do pâncreas.
b) Pela análise do heredograma, qual é o padrão mais provável de herança genética da hemocromatose juvenil? Justifique sua resposta.
c) Considere a sequência parcial do RNAm da hemojuvelina selvagem (os números acima das trincas de nucleotídeos indicam a correspondência dos aminoácidos):
Considerando apenas um evento de mutação em cada caso, que alteração na trinca 320 do RNAm leva à substituição do aminoácido glicina por: 1) valina; 2) alanina; 3) códon de parada? O que acontece com a estrutura primária da proteína no caso de haver um códon de parada prematuro no RNAm?
a) Diabetes melitus. Também poderiam ser citados distúrbios associados à digestão de nutrientes pela redução da secreção de suco pancreático.
b) O mais provável é que a hemocromatose seja autossômica recessiva. Os indivíduos III2 e III3 serem normais e a mulher IV2 ser afetada é um indicativo de que a característica tem herança recessiva. A herança não poderia ser ligada ao X, já que o indivíduo III3 seria obrigatoriamente afetado.
c) As mutações na 320º trinca (GGA) que resultariam em 1, 2 e 3 seriam, respectivamente, substituição do segundo G por U, substituição do segundo G por C e substituição do primeiro G por U. O códon de parada prematura faria com que a estrutura primária da proteína ficasse menor do que a selvagem.