O termo manipulação significa uma consciente intervenção técnica em um material dado. Se a intervenção é de uma importância social imediata, a manipulação constitui um ato político. É o caso da indústria da consciência. Assim, toda utilização de meios pressupõe uma manipulação. Os mais elementares processos de produção constituem intervenções no material existente. Portanto, escrever, filmar ou emitir sem manipulação não existe. Por conseguinte, a questão não é se os meios são manipulados ou não, mas quem manipula os meios.

ENZENSBERGER, H. M. Elementos para uma teoria dos meios de comunicação.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979 (adaptado).

Esse entendimento acerca dos meios de comunicação, produzido na década de 1970, contesta o(a)

  • a

    neutralidade dos mecanismos midiáticos. 

  • b

    valorização dos interesses particulares. 

  • c

    fragmentação do conteúdo informativo. 

  • d

    crescimento do mercado jornalístico. 

  • e

    controle do poder estatal.

Há um discurso geral, apresentado pelos principais meios de comunicação, em especial aqueles veículos que divulgam notícias, de que o jornalismo que produzem é “independente” e/ou “imparcial”. Porém, os principais estudos acadêmicos sobre os meios de comunicação de massa comprovam que, como é praticamente impossível falar de todas as notícias, o simples fato de escolher falar de um assunto e não de outro já é suficiente para determinar a ausência de neutralidade. Nessa questão, o texto apresentado no enunciado defendia a ideia de que qualquer ato de comunicação é manipulado, portanto ele estava justamente contestando a neutralidade dos mecanismos midiáticos.