Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia.
São Paulo: Ática, 2005.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à
Sócrates, filósofo ateniense, dedicava a sua vida a auxiliar as pessoas no cuidado e exame da própria alma por meio da dialética. Assim, ele auxiliava seus interlocutores a irem em busca da sabedoria e do consequente discernimento e exercício das ações justas. Pois em sua concepção, o sujeito ético é aquele que conhece as causas e os fins de suas ações, alcançando a essência dos valores morais. Dessa forma, o pensador associava a vida virtuosa a uma busca da verdade como forma de agir corretamente, estabelecendo a ética como intrínseca à sabedoria.