Em A morte de Ivan Ilitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e não conseguia compreendê-la”.
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004.
O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável de nossas vidas.
Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
O texto trata da obra A morte de Ivan Ilitch, do escritor russo Liev Tolstói. Ele enfatiza especialmente a consciência da morte no personagem e sua incapacidade de compreendê-la. Pode-se dizer que o existencialismo do filósofo alemão contemporâneo Martin Heidegger, ao recolocar a questão do ser (ontologia) dos gregos antigos, tem como tema central a consciência da mortalidade. Em Ser e Tempo, Heidegger postula que o modo de ser do humano é o ser-para-a-morte, que envolve a consciência da mortalidade, e a decorrente angústia da existência.
Pode-se pensar também na temática do suicídio enquanto decisão humana fundamental na obra do escritor existencialista Albert Camus.