Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã, dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã). Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às experiências intensamente individuais que abrigava.
SENNET, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no(a)
Durante parte do Império Romano, em especial no Alto Império, o cristianismo criticou práticas romanas, como o politeísmo, as guerras, a escravidão e a divinização do imperador. No intuito de impedir essa doutrina religiosa dissidente de se espalhar, muitos imperadores censuraram e perseguiram os cristãos, promoveram prisões, execuções e proibições de reuniões públicas visando diminuir a influência dessa nova fé na vida dos romanos. Porém, apesar do empenho imperial, como o próprio texto indica, os cristãos mantiveram suas reuniões e cultos em locais escondidos. Assim, distantes dos olhares das multidões, conseguiram, gradativamente, aumentar o seu número, levando a mudanças religiosas, as quais foram muito sensíveis em Roma durante o Baixo Império.