Os seringueiros amazônicos eram invisíveis no cenário nacional nos anos 1970. Começaram a se articular como um movimento agrário no início dos anos 1980, e na década seguinte conseguiram reconhecimento nacional, obtendo a implantação das primeiras reservas extrativas após o assassinato de Chico Mendes. Assim, em vinte anos, os camponeses da floresta passaram da invisibilidade à posição de paradigma de desenvolvimento sustentável com participação popular.

ALMEIDA, M. W. B. Direitos à floresta e ambientalismo: seringueiros e suas lutas.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 55, 2004.

De acordo com o texto, a visibilidade dos seringueiros amazônicos foi estabelecida pela relação entre

  • a

    crescimento econômico e migração de trabalhadores. 

  • b

    produção de borracha e escassez de recursos naturais. 

  • c

    reivindicação de terra e preservação de mata nativa. 

  • d

    incentivo governamental e conservação de territórios. 

  • e

    modernização de plantio e comércio de látex.

A exploração do látex mesmo tendo uma importância significativa no processo histórico-econômico da Amazônia, não teve em seus trabalhadores, os seringueiros, o mesmo destaque até a década de 1970. Estes eram personagens de pouco destaque no cenário nacional. A partir da década de 1980, começa um processo de articulação desses trabalhadores relacionado às questões agrárias e ambientais locais. Como resultados de lutas pela reivindicação da terra e pela garantia de seus trabalhos, conseguem criar e implantar as primeiras reservas extrativas na Amazônia, introduzindo conceitos novos como sustentabilidade e desenvolvimento.