A Cabanagem foi uma revolta social ocorrida no norte do Brasil entre 1835 e 1840 e se insere em um contexto frequentemente chamado de "Período Regencial". Trata-se de uma revolta que, junto a outras do mesmo período, tipifica

  • a

    o impacto, no Brasil, de conflitos de fronteira com os  países hispânicos recém-formados na América.

  • b

    a expansão de interesses imperialistas franceses e alemães em meio à geopolítica da Segunda Revolução Industrial.

  • c

    a capacidade negociadora das elites imperiais em evitar que questões regionais desembocassem em conflitos armados.

  • d

    a persistência, no contexto nacional brasileiro, de disputas entre jesuítas e governantes em torno da exploração do trabalho escravo.

  • e

    o caráter violento e socialmente excludente do processo de formação do Estado nacional brasileiro.

Em meio ao processo de construção do Estado nacional brasileiro, a partir da independência em 1822, a questão das autonomias regionais teve grande importância – ainda mais em um país de dimensão continental como o Brasil.

A Cabanagem (1835-1840) foi uma das principais revoltas ocorridas no Período Regencial, e refletia a vontade de autonomia que províncias, como o Grão-Pará, buscavam naquele momento. Contando com forte participação popular (os cabanos), a Cabanagem foi fortemente reprimida pelas tropas legalistas da Regência, deixando um saldo de cerca de 30mil mortos, à época, 30% da população da província.

Tal episódio nos demonstra que as reivindicações e pautas das classes mais baixas (no caso do Grão-Pará, os cabanos), como fim da escravidão e defesa de um governo republicano, não poderiam compor nenhum debate público no Brasil independente, e que o processo de formação do Estado nacional brasileiro seria feito excluindo esses segmentos sociais. Mais do que isso, que aqueles movimentos que tentassem pautar essa construção de maneira diferente do que a defendida pelo poder regencial seriam contidos violentamente.