O SUS (Sistema Único de Saúde) foi definido a partir de princípios universalistas e igualitários, quer dizer, para todos e de forma igual, embasado na concepção de saúde como direito de todos e dever do Estado. Essa construção do SUS rompeu com o caráter meritocrático que caracterizava a assistência à saúde no Brasil até a Constituição de 1988. Os seus princípios, presentes no artigo 196 da Constituição de 1988, foram implementados gradualmente. Um de seus marcos é a Lei Orgânica da Saúde (nº 8.080) de 19 de setembro de 1990, que fundou e operacionalizou o SUS.

(Adaptado de Telma Menicucci, História da reforma sanitária brasileira e do
Sistema Único de Saúde: mudanças, continuidades e a agenda atual. História,
Ciências, Saúde – Manguinhos
. Rio de Janeiro, v. 21, n.1, jan-mar. 2014, p.77-
92.) 

Com base no excerto e em seus conhecimentos sobre a história do Brasil, assinale a alternativa correta.

  • a

    Os princípios universais e inclusivos do SUS foram desmantelados durante década de 1990 em razão da crise inflacionária que assolou o país e das reformas neoliberais que aumentaram os gastos do Estado com a saúde e o saneamento.

  • b

    A criação do SUS aconteceu no contexto de reabertura política e da expansão democrática que sucedeu ao regime militar. O seu funcionamento mostra as dificuldades de financiamento da saúde pública entre as décadas de 1990 e 2000.

  • c

    O modelo que inspirou os princípios do SUS foi o sistema universal de saúde de Cuba, cujos profissionais prestaram consultoria ao Estado brasileiro durante a formulação dos artigos referentes à saúde da Constituição de 1988.

  • d

    Durante o governo do presidente Fernando Collor (1990-1992), houve a suspensão do SUS e a expansão dos sistemas de saúde baseados em planos privados oferecidos por instituições estrangeiras que passaram a atuar no país.

O sistema Único de Saúde (SUS) foi criado no contexto do fim do processo de redemocratização do Brasil após anos de ditadura militar. A Constituição de 1988 estabeleceu o acesso à saúde como um direito social de todos os cidadãos brasileiros, portanto, as unidades de saúde públicas municipais, estaduais e federais foram unificadas em um único sistema. No entanto, o funcionamento da estrutura pública apresentou determinadas deficiências, como a falta de leitos, de médicos e de insumos, principalmente em função de dificuldades de financiamento e limitações estruturais nos anos 1990 e 2000.