Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.

ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.

O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências contemporâneas e se caracteriza pela 

  • a

    inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu. 

  • b

    abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público.

  • c

    redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas.

  • d

    negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage. 

  • e

    aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte. 

A performance protagonizada por Marina Abramovic no MoMA de fato leva a uma “negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage”, conforme afirma a alternativa correta. Isso, todavia, não é uma peculiaridade de “tendências contemporâneas”, ao contrário do que diz o enunciado.
Entendendo o significado como uma construção sociocognitiva, na qual enunciador e enunciatário são participantes ativos, os sentidos serão sempre resultantes de uma certa “negociação colaborativa”, seja na arte de vanguarda, seja em uma placa de trânsito.
Preferimos, portanto, a alternativa A: nela, explicita-se o caráter inovador de concepções artísticas performáticas que tratam a própria a interação como um possível objeto artístico – o que, no caso, é legitimado pelo próprio espaço de um importante museu.

Gabarito oficial: D
Gabarito Anglo: A