As disputas da década de 1930, travadas dentro dos Estados ou entre eles, eram portanto transnacionais. Em nenhuma parte foi isso mais evidente do que na Guerra Civil Espanhola de 1936-9, que se tornou a expressão exemplar desse confronto global.
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991, 1995.)
A afirmação do texto de que a referida guerra foi uma “expressão exemplar” do caráter transnacional das “disputas da década de 1930” justifica-se porque as lutas
Em meio às instabilidades globais do Entreguerras (1919-1939), as disputas internas em alguns países rapidamente adquiriram ressonância internacional. Nesse sentido, a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) resultou de antigas e profundas fraturas sociais na Espanha, mas obteve uma dimensão internacional em decorrência das forças estrangeiras que se envolveram no conflito.
Pelo lado republicano, as forças guerrilheiras de oposição ao franquismo receberam apoio de militantes antifascistas de diferentes países que se dirigiram à Espanha justamente para combater a ditadura de Francisco Franco.
Por sua vez, o general Franco contou com o forte apoio militar da Itália (governada por Mussolini) e, principalmente, da Alemanha (sob controle de Hitler). Unidades terrestres, marítimas e aéreas das Forças Armadas Alemãs foram enviadas à Espanha para combater os republicanos. A atuação da Alemanha nazista no conflito foi determinante para a vitória do general Francisco Franco em 1939.