Voz do sangue 

Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue. 

Ó negro esfarrapado
do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South

Ó negro da África
negros de todo o mundo 

Eu junto
ao vosso magnífico canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos. 

Eu vos acompanho 
pelas emaranhadas áfricas 
do nosso Rumo. 

Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a nossa história
meus irmãos. 

Disponível em: www.agostinhoneto.org. Acesso em: 30 jun. 2015.

Nesse poema, o líder angolano Agostinho Neto, na década de 1940, evoca o pan-africanismo com o objetivo de 

  • a

    incitar a luta por políticas de ações afirmativas na América e na África. 

  • b

    reconhecer as desigualdades sociais entre os negros de Angola e dos Estados Unidos. 

  • c

    descrever o quadro de pobreza após os processos de independência no continente africano. 

  • d

    solicitar o engajamento dos negros estadunidenses na luta armada pela independência em Angola. 

  • e

    conclamar as populações negras de diferentes países a apoiar as lutas por igualdade e independência. 

O poema “Voz do sangue”, de Agostinho Neto, aponta laços sociais, culturais e históricos que ligam os negros da África, dos EUA e de todo o mundo. E, conforme o enunciado indica, tal obra foi produzida no contexto de descolonização africana, no qual se desenvolve o pan-africanismo.
Dessa forma, o líder angolano convoca os negros de todo o mundo a unirem-se e lutarem por igualdade e libertação.