Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que 

  • a

    os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. 

  • b

    o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. 

  • c

    as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. 

  • d

    os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. 

  • e

    as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. 

A experiência sensível, em Hume, fornece os materiais que originam as ideias. Mesmo a ideia de algo que nunca vimos, como uma montanha de ouro, tem essa origem, pois ela resultaria da faculdade mental de juntar duas ideias resultantes dos sentidos (no caso, do ouro e da montanha).

Comentário: A alternativa E está incorreta por atribuir o "sentimento" como "fonte específica" das ideias de forma geral. O emprego do termo "sentimento" em lugar de "sensação" e o do termo "específico" podem induzir ao erro mesmo a quem faz uma boa leitura do texto.