O mercador de Veneza é uma peça de teatro escrita por William Shakespeare entre 1596 e 1597. No excerto, o judeu Shylock refere-se a um empréstimo em dinheiro feito por ele ao cristão Antônio.

Shylock

Ainda um mau negócio para mim! Um falido, um pródigo, que mal se atreve a mostrar a cabeça no Rialto! Um mendigo que habitualmente vinha exibir-se na praça!... [...] Gostava de chamar-me de usurário. [...] Gostava de emprestar dinheiro por cortesia cristã.

(William Shakespeare. O mercador de Veneza, 2013.)

As palavras de Shylock sobre Antônio revelam

  • a

    a separação entre desenvolvimento econômico e crenças religiosas de grupos empresariais. 

  • b

    a crise do comércio de especiarias no Mar Mediterrâneo com a condenação cristã do lucro monetário. 

  • c

    a guerra religiosa na cidade com a expropriação econômica dos estrangeiros em benefício dos dirigentes políticos. 

  • d

    a organização da economia urbana segundo preceitos bíblicos com a exigência legal do perdão de dívidas. 

  • e

    a ligação entre comportamentos religiosos e mecanismos de acumulação de capitais.

A peça se passa em um período em que a usura ainda era malvista por cristãos, mas comumente praticada por judeus. A forma como o personagem judeu Shylock critica o cristão Antônio revela a diferença nas formas de acumular capitais e nas relações com a origem e os comportamentos religiosos de cada personagem.