A representação cartográfica a seguir refere‐se à viagem de circunavegação, iniciada em Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia, em 20 de setembro de 1519, e comandada pelo português Fernão de Magalhães, a serviço da monarquia da Espanha. A despeito da repercussão da viagem para o desenvolvimento dos conhecimentos náuticos e para a exploração do Oceano Pacífico, Battista Agnese foi um dos poucos cartógrafos a registrar a empreitada de Magalhães.

A representação cartográfica de Battista Agnese

  • a

    revelava a permanência das técnicas e sentidos simbólicos da cosmografia medieval, que orientaram os navegadores ibéricos na época da expansão ultramarina. 

  • b

    estava vinculada aos dogmas cristãos e procurava conciliar o registro da viagemde Fernão de Magalhães coma perspectiva de Terra Plana ainda presente entre letrados cristãos. 

  • c

    estava baseada nos relatos dos navegadores, no acúmulo de conhecimentos acerca das rotas marítimas e em estimativas de distâncias a partir de cálculos matemáticos e da planificação do globo terrestre. 

  • d

    apresentava o Oceano Pacífico em suas reais dimensões de acordo com o entendimento de Fernão de Magalhães e de Cristóvão Colombo e em desacordo com as perspectivas cristãs. 

  • e

    estava assentada nos conhecimentos e detalhamentos geográficos bíblicos e nas formulações cosmológicas de Ptolomeu, fundamentais para o sucesso da viagem de Fernão de Magalhães.

A representação, feita por Battista Agnese, traz uma evolução na ciência cartográfica ao ilustrar o globo terrestre planificado com meridianos e paralelos, distante das concepções terraplanistas. Distancia-se igualmente de uma concepção ptolomaica, visto que essa última restringia-se em caracterizar o Velho Mundo (Europa, África e Ásia). Por fim, o planisfério elaborado por Agnese apresenta um alto detalhamento não só dos litorais dos continentes, mas também no interior de continentes como o africano e do subcontinente sul-americano.