Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, encontraram o crânio e uma parte do fêmur de Luzia, o esqueleto humano mais antigo descoberto na América que revolucionou as teorias científicas sobre a ocupação do continente. Os fósseis foram achados há alguns dias (não foi divulgado quando) junto aos escombros do edifício, parcialmente destruído por um incêndio em 2 de setembro. O crânio está fragmentado, porque a cola que mantinha os seus pedaços juntos se foi com o calor, mas a equipe está bastante otimista com suas condições.

Júlia Barbon, Folha de São Paulo, Outubro/2018. Adaptado.

O esqueleto de Luzia,

  • a

    adquirido por D. Pedro II em 1876, foi incorporado à sua coleção pessoal, a mesma que deu origem ao Museu Nacional no período republicano. 

  • b

    descoberto na década de 1970 em Minas Gerais, permitiu questionar a teoria de que a ocupação das Américasse deu por apenas uma onda migratória. 

  • c

    estudado por diferentes equipes de antropólogos, comprovou que grupos saídos diretamente da África foram os primeiros habitantes das Américas. 

  • d

    encontrado na atual Serra da Capivara, no Estado do Piauí, pertenceu à cultura que elaborou suas famosas pinturas rupestres. 

  • e

    mantido em uma coleção particular fora do país, estava exposto para comemoração dos 150 anos da passagem de Charles Darwin pelo Brasil.

A descoberta do crânio e de parte do fêmur de Luzia, mais antigo esqueleto humano descoberto na América, revolucionou as teorias sobre a ocupação do continente.
Encontrada na Lapa Vermelha, no município de São Leopoldo, no estado de Minas Gerais, em 1975, Luzia levou os cientistas a acreditar na ocupação da América por quatro fluxos migratórios, por se assemelhar a fósseis de origem africana e de aborígenes da Austrália, diferentemente dos três últimos fluxos, de origem mongol, semelhante aos povos indígenas brasileiros.