Leia o texto a seguir e responda à questão.
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar
do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa-noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista
A conjunção adversativa estabelece uma relação de oposição entre as orações por ela unidas, além de definir maior peso argumentativo àquela que é iniciada por esse conector. No contexto da matéria apresentada pelo jornal, a fala da repórter que começa com "mas a boa notícia é que" procura compensar, com fatos otimistas, a gravidade da informação de que a mulher fora brutalmente espancada, o que resultou em diversas fraturas em seu rosto.