Texto 1

Com a falta de evidência do conceito de arte, e com a evidência de sua historicidade, ficam em questão não só a criação artística produzida no presente e a herança cultural clássica ou moderna, mas também a relação problemática entre a arte e as várias modalidades de produção de imagens e de ofertas de entretenimento que surgiram a partir do século XX.

(Pedro Süssekind. Teoria do fim da arte, 2017. Adaptado.)

Texto 2

A discussão sobre o grafite como arte ou como vandalismo reflete o modo como cada gestão pública entende essas intervenções urbanas. Até 2011, o grafite em edifícios públicos era considerado crime ambiental e vandalismo em São Paulo. A partir daquele ano, somente a pichação continuou sendo crime. De um modo geral, a pichação é considerada uma intervenção agressiva e que degrada a paisagem da cidade. O grafite, por sua vez, é considerado arte urbana.

(Lais Modelli. “De crime a arte: a história do grafite nas ruas de São Paulo”.
www.bbc.com, 28.01.2017. Adaptado.)

No contexto filosófico sobre o conceito de arte, os dois textos concordam em relação à

  • a

    necessidade de engajamento político no processo autoral.

  • b

    ausência de critério consensual na legitimação artística.

  • c

    carência de investimento privado na formação artística.

  • d

    atuação de legislação pública no cenário criativo.

  • e

    exigência de embasamento tradicional na produção cultural.

O texto 1 afirma a dificuldade de estabelecer um conceito definitivo de arte, inclusive tendo em vista o contexto histórico em que ocorre a produção de imagens. O texto 2 explica como grafite e pichação são interpretados de forma diferente por diferentes gestões públicas (por exemplo, governos municipais). A partir daí, depreende-se a inexistência de consenso para validar a produção artística.