A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.

CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).

A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava

  • a

    a alta de preços.

  • b

    a política clientelista.

  • c

    as reformas urbanas.

  • d

    o arbítrio governamental.

  • e

    as práticas eleitorais.

A Revolta da Vacina (1904) foi resultado de um crescente descontentamento da população carioca para com a maneira como as autoridades conduziram o processo de reforma urbana e ações sanitárias e de saúde na cidade do Rio de Janeiro, sob a administração do prefeito Pereira Passos.

As desapropriações, os deslocamentos e desalojamentos forçados, a vacinação obrigatória e, não raras vezes, violenta, com invasões de domicílio por agentes públicos da saúde (sob controle do médico sanitarista Oswaldo Cruz) mostram o autoritarismo e o arbítrio do governo municipal frente às populações desfavorecidas. A Revolta se dá não por conta das reformas, mas em função da ação arbitrária do governo do município do Rio de Janeiro.