TEXTO I
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração.
MONTE, M. et al. O rio. In: Infinito particular. Rio de Janeiro: Sony; Universal Music, 2006 (fragmento).
TEXTO II
O atrativo ecoturístico não é somente o banho de cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em extinção. Observar baleias, nadar com o golfinho, tocar em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu hábitat natural são símbolos que fascinam um ecoturista. A natureza é transformada em espetáculo diferente da vida urbana moderna.
SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé? São Paulo: Labur Edições, 2008.
São identificadas nos textos, respectivamente, as seguintes posturas em relação à natureza:
A questão mobiliza tanto interpretação de texto quanto análise conceitual. O texto 1, ao analisar uma música, trata do rio a partir de uma perspectiva saudosista e imaginativa, como quem embala uma criança para dormir, idealizando seu sentido conceitual para além dos aspectos físicos da natureza. Já o texto 2, que trata do ecoturismo, apresenta uma relação com a natureza que a espetaculariza, mercantilizando aspectos como “observar baleias, nadar com golfinhos, tocar em corais, etc”, transformando-os em mercadoria, sem necessariamente envolver um tipo de exploração destrutiva.