Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
Irerê, meu companheiro,
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!

VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito violoncelos (1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br. 
 Acesso em: 23 abr. 2019.

Nesses versos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma ambientação linguisticamente apoiada no(a) 

  • a

    uso recorrente de pronomes.

  • b

    variedade popular da língua portuguesa.

  • c

    referência ao conjunto da fauna nordestina.

  • d

    exploração de instrumentos musicais eruditos.

  • e

    predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.

Além da temática, também as escolhas linguísticas contribuem para a exaltação do sertão do Cariri. É exemplo disso a grafia dos termos "amô" e "cantadô", que representam variantes fonéticas – ou seja, na pronúncia – da região.