Aquilo que hoje chamamos “globalização” esteve na mira da classe capitalista o tempo todo.
Se o desejo de conquistar o espaço e a natureza é uma manifestação de algum anseio humano universal ou um produto específico das paixões da classe capitalista, jamais saberemos. O que pode ser dito com certeza é que a conquista do espaço e do tempo, assim como a busca incessante para dominar a natureza, há muito tempo tem um papel central na psique coletiva das sociedades capitalistas. Apesar de todos os tipos de críticas, acusações, repulsas e movimentos políticos de oposição, [...] ainda prevalece a crença de que a conquista do espaço e do tempo, bem como da natureza (incluindo até mesmo a natureza humana), está de algum modo a nosso alcance.
(David Harvey. O enigma do capital, 2011.)
a) Explique como a conquista do espaço e do tempo se realizou na globalização.
b) Mencione, sob o ponto de vista ambiental, duas críticas ao processo de globalização.
a) A conquista do espaço e do tempo que se realizou na globalização foi resultado, principalmente, do avanço do setor de transporte e de comunicação que gerou o “encurtamento” das distâncias e a instantaneidade de informação entre as diferentes regiões do mundo.
b) Entre as críticas ao processo de globalização, sob o ponto de vista ambiental, pode-se citar: os problemas gerados pelo aumento do nível de competitividade entre os mercados o que, por vezes, foi realizado através de uma estrutura produtiva com elevado impacto ambiental, tanto na obtenção de matérias-primas quanto na geração de descartes que agridem o meio ambiente, como a poluição hídrica, atmosférica, por exemplo; o incentivo ao consumismo, que ampliou a utilização de recursos naturais muitas vezes explorados de forma não sustentável; o aumento no fluxo de transportes fundamentado em fontes energéticas que ampliam o nível de emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para o agravamento da poluição atmosférica e do aquecimento global.