Se, na Europa, este movimento é um protesto cultural, se o “mal do século”, a saudade do paraíso perdido são as consequências da industrialização e da ascensão da burguesia; no Brasil, onde a sociedade do Império compreende apenas grandes proprietários escravocratas e uma burguesia nascente, o movimento, produto de importação, corresponde a uma afirmação nacionalista.
(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)
O movimento a que o texto se refere é o
Nascido como protesto cultural às propostas conservadoras das correntes clássicas, o Romantismo propagou a melancolia e o pessimismo (o “mal-do-século”) como uma de suas características centrais, e entendia a saudade do paraíso perdido como uma das consequências da ascensão da burguesia. No Brasil, durante o Império, a herança recebida do movimento europeu converteu-se na valorização de símbolos nacionais como o índio e a natureza, considerados aspectos muito convenientes a uma sociedade formada por grandes proprietários escravocratas, que viram na expressão artística do período uma oportunidade para ressaltar ideais nacionalistas.