Os comentadores do texto sagrado (…) reconhecem a submissão da mulher ao homem como um dos momentos da divisão hierárquica que regula as relações entre Deus, Cristo e a humanidade, encontrando ainda a origem e o fundamento divino daquela submissão na cena primária da criação de Adão e Eva e no seu destino antes e depois da queda.

CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das Mulheres, Lisboa:
Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122‐123.

O excerto refere‐se à apreensão de determinadas passagens bíblicas pela cristandade medieval, especificamente em relação à condição das mulheres na sociedade feudal. A esse respeito, é correto afirmar:

  • a

    As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos conventos e ministrar os sacramentos como os homens de mesma condição social.

  • b

    A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso Terrestre servia de justificativa para sua subordinação social aos homens.

  • c

    As mulheres medievais eram impedidas do exercício das atividades políticas, ao contrário do que acontecera no mundo greco‐romano.

  • d

    As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso à cultura e às artes proibido, devido à sua condição social e natural. 

  • e

    A submissão das mulheres medievais aos homens esteve desvinculada de normatizações acerca da sexualidade.

Ao longo da Idade Média, a Igreja Católica exerceu sua hegemonia sobre as mentalidades ocidentais.

Em meio a uma cultura teocêntrica, a organização da vida em sociedade atrelou-se às interpretações clericais sobre o mundo terreno moldado a partir de determinações divinas.

Nesse sentido, as explicações apresentadas pelos membros do Clero para legitimar o caráter patriarcal da sociedade (e justificar a sujeição feminina) basearam-se tanto na submissão de Eva em relação a Adão, quanto na culpabilização de Eva pelo Pecado Original (ou seja, a expulsão do paraíso).