O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?  

José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d’ouro

A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o algodão.

José de Alencar. Iracema.

Glossário:
“ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: tipo de palmeira espinhosa.

No trecho “outras remexe o uru de palha matizada”, a palavra sublinhada expressa ideia de  

  • a

    concessão. 

  • b

    finalidade. 

  • c

    adição.  

  • d

    tempo.  

  • e

    consequência.​​

No fragmento, “Outras” expressas ideia de tempo, pois circunstancia um dos momentos em que a ação da ‘’graciosa ará” transcorre (brinca junto de Iracema).

De modo não simultâneo, o outro momento se dá quando a ave “às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome”.

Com isso, subentende-se a elipse da expressão temporal “vezes” após “outras” como marcadora de coesão textual, ou seja, outras vezes.