A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana.

(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”.
https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.)

Segundo o texto,

  • a

    a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social. 

  • b

    a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade. 

  • c

    a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito. 

  • d

    o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade. 

  • e

    o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural.

Na crítica à sociedade capitalista que os conceitos de sociedade do espetáculo e de indústria cultural carregam, o ponto de partida está na mercantilização estendida das básicas relações de produção até a esfera da produção cultural, permeando os espaços jurídico-políticos. Não se restringe, portanto, ao campo da publicidade; ao contrário, por todos os meios de comunicações e veiculação de ideias e imagens, a espetacularização do mundo visa à padronização de comportamentos, cuja negação pode ser vista como transgressão social.