Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado originalmente em 1925.

O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote

(Pau-Brasil, 1990.)

Considerando o momento de sua produção, o poema 

  • a

    celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que inviabilizaram o avanço do processo de industrialização de São Paulo. 

  • b

    valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que contribuíam para impulsionar a economia brasileira. 

  • c

    critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos aos animais nos principais centros urbanos brasileiros. 

  • d

    registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e ambiguidades no processo de modernização da cidade de São Paulo. 

  • e

    exemplifica o choque social constante entre as elites enriquecidas e a população pobre da cidade de São Paulo.​

No poema "Pobre alimária", Oswald de Andrade registra uma cena ocorrida na cidade de São Paulo.

Que na década de 1920 vivia em acelerado processo de metropolização. Nessa cena, o bonde que "levava os advogados para os escritórios" foi bloqueado por uma carroça tracionada por um cavalo. Esse convívio entre o moderno bonde e a antiga carroça e o animal revela, certamente, tensões e ambiguidades da grande cidade.