É particularmente no Oeste da província de São Paulo – o Oeste de 1840, não o de 1940 – que os cafezais adquirem seu caráter próprio, emancipando-se das formas de exploração agrária estereotipadas desde os tempos coloniais no modelo clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar. A silhueta antiga do senhor de engenho perde aqui alguns dos seus traços característicos, desprendendo-se mais da terra e da tradição – da rotina rural. A terra de lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda […].

(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)

O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste paulista de 1840 pode ser explicado, em parte, pelo 

  • a

    menor isolamento dessas fazendas em relação aos meios urbanos. 

  • b

    emprego exclusivo de mão de obra imigrante e assalariada. 

  • c

    desaparecimento das práticas de mandonismo local. 

  • d

    maior volume de produção de mantimentos nessas fazendas. 

  • e

    esforço de produzir prioritariamente para o mercado interno.

O texto de Sérgio Buarque de Holanda faz referência aos cafezais do oeste paulista "de 1840", isto é, às fazendas localizadas no "oeste velho" (região de Jundiaí, Campinas e Limeira). Nessa área territorial, os grandes proprietários viviam próximos aos centros urbanos, reduzindo seu isolamento social e o seu distanciamento em relação à terra e a tradição.