O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos [...].
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
A partir da leitura do texto, pode-se notar que, buscando justificar os nomes que foram atribuídos à colônia portuguesa na América, o excerto utiliza argumentos apegados a práticas sobrenaturais, tais quais a influência do demônio e da religiosidade cristã e seus símbolos. Assim, o texto revela que "uma visão mistica da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas", destacando-se o pau-brasil.