Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros - agora respeitados - teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História.
MAESTRI, M. 1910: a revolta dos m arinheiros-u m a saga negra. São Paulo: Global, 1982.
A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo(a)
A Revolta da Chibata de 1910 protagonizada pelos marinheiros reivindicava o fim imediato dos castigos corporais e melhorias na alimentação.
Entretanto, cabe aqui a análise de que o movimento dos rebeldes tinha um significado mais profundo. A maioria dos marinheiros brasileiros era de homens afrodescendentes, que buscavam um tratamento mais digno, contra aquele inspirado em práticas presentes durante o período em que a escravidão vigorou. Para os revoltosos, mesmo após a Lei Áurea de 1888 e consequente abolição da escravatura, a mentalidade escravista permanecia presente na oficialidade da Marinha.