Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.
CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados.
Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).
A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)
Ao longo da História do Brasil, as expressões culturais presentes nas religiosidades de matriz africana desempenharam funções importantes em relação à formação de novas identidades e laços de sociabilidade, sobretudo entre comunidades negras.
Por esse aspecto, carregar as "bolsas de mandinga" significava ao menos dois tipos de segurança: inicialmente, uma proteção religiosa fundamentada na preservação de ancestralidades africanas; e, além disso, portar esse amuleto religioso sustenta um sentimento de pertencimento a um grupo maior, com fortes laços de identidade entre si, minimizando o sentimento de desamparo social, principalmente entre grupos afrodescendentes.