A democracia que eles pretendem é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia que eles querem é para liquidar com a Petrobras, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a democracia que pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu afirmava que a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças — as praças que são do povo. Para as ruas — que são do povo.

Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/discurso-de-joao-goulart-nocomicio-da-central. Acesso em: 29 out. 2015.

Em um momento de radicalização política, a retórica no discurso do presidente João Goulart, proferido no comício da Centrai do Brasil, buscava justificar a necessidade de

  • a

    conter a abertura econômica para conseguir a adesão das elites.

  • b

    impedir a ingerência externa para garantir a conservação de direitos. 

  • c

    regulamentar os meios de comunicação para coibir os partidos de oposição. 

  • d

    aprovar os projetos reformistas para atender a mobilização de setores trabalhistas. 

  • e

    incrementar o processo de desestatização para diminuir a pressão da opinião pública.

O começo dos anos 60 foi de grande instabilidade política, econômica e social. O Brasil viveu momentos de alta inflação e dívida externa, ao mesmo tempo ocorriam revoltas nas cidades e no campo. O governo de João Goulart considerou como necessárias, para mudança do momento brasileiro, as Reformas de Base, como as reformas tributárias, eleitoral, agrária e etc. No comício da central do Brasil, Jango instigou a população a lutar e se manifestar a favor das Reformas de Base, para assim mudar a situação da sua vida. Em resposta, setores oposicionistas brasileiros mobilizaram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, pedindo a intervenção militar contra Jango, acusando-o de comunista e agitador de manifestações sociais.