TEXTO I

As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem social tanto quanto do conflito.

CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário.
Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009.

TEXTO II

As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das mercadorias e informação que rendem dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas muralhas que barrem o movimento daqueles que em consequência perdem, física ou espiritualmente, suas raízes.

BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende a

  • a

    liberação da circulação de pessoas.

  • b

    preponderância dos limites naturais.

  • c

    supressão dos obstáculos aduaneiros.

  • d

    desvalorização da noção de nacionalismo.

  • e

    seletividade dos mecanismos segregadores.

Os dois autores abordam a questão das fronteiras nacionais em sua dupla função de separação entre povos e, no mesmo processo, de formação de suas identidades. No plano de um mundo marcado pela globalização das relações econômicas e avanço das tecnologias de comunicações, Bauman ressalta a contradição do erguimento de novas barreiras que mantém vivas várias formas de segregação social, como as de cunho político, religioso, étnicas, etc. A isso corresponde a ressignificação contemporânea da ideia de fronteira.