Encontrando base em argumentos supostamente científicos, o mito do sexo frágil contribuiu historicamente para controlar as práticas corporais desempenhadas pelas mulheres. Na história do Brasil, exatamente na transição entre os séculos XIX e XX, destacam-se os esforços para impedir a participação da mulher no campo das práticas esportivas. As desconfianças em relação à presença da mulher no esporte estiveram culturalmente associadas ao medo de masculinizar o corpo feminino pelo esforço físico intenso. Em relação ao futebol feminino, o mito do sexo frágil atuou como obstáculo ao consolidar a crença de que o esforço físico seria inapropriado para proteger a feminilidade da mulher “normal”. Tal mito sustentou um forte movimento contrário à aceitação do futebol como prática esportiva feminina. Leis e propagandas buscaram desacreditar o futebol, considerando-o inadequado à delicadeza. Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes de se adequar às múltiplas dificuldades do “esporte-rei”.

TEIXEIRA. F. L. S.; CAMINHA. I. O. Preconceito no futebol feminino: uma revisão sistemática.
Movimento. Porto Alegre, n. 1. 2013 (adaptado).

No contexto apresentado, a relação entre a prática do futebol e as mulheres é caracterizada por um

  • a

    argumento biológico para justificar desigualdades históricas e sociais.

  • b

    discurso midiático que atua historicamente na desconstrução do mito do sexo frágil.

  • c

    apelo para a preservação do futebol como uma modalidade praticada apenas pelos homens.

  • d

    olhar feminista que qualifica o futebol como uma atividade masculinizante para as mulheres.

  • e

    receio de que sua inserção subverta o "esporte-rei" ao demonstrarem suas capacidades de jogo.

A discriminação contra a mulher permeia a história do esporte mundial. O texto descreve que, baseado em argumentos supostamente científicos, as exigências físicas para a prática das modalidades seriam inapropriadas para proteger a feminilidade da mulher normal. A questão biológica, portanto, seria o argumento que justificaria as desigualdades históricas e sociais.