A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

A vida ao redor é a pseudorrealidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste á eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido á narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público.

Disponível em: www.odevoradordelivros.com. Acesso em: 24jun. 2014.

Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre outros fatores, por seus objetivos. Esse fragmento é um(a)

  • a

    reportagem, pois busca convencer o interlocutor da tese defendida ao longo do texto.

  • b

    resumo, pois promove o contato rápido do leitor com uma informação desconhecida.

  • c

    sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de uma obra de modo impessoal. 

  • d

    instrução, pois ensina algo por meio de explicações sobre uma obra específica. 

  • e

    resenha, pois apresenta uma produção intelectual de forma crítica.

O fragmento analisa uma obra narrativa, não apenas comentando certas características estruturais, como enredo e narrador, mas também expressando uma opinião positiva sobre ela, como o contraste entre um “tom leve e divertido” e a terrível realidade retratada.